Crítica: Ingrid Goes West

Por: Daniel Victor

---

Filme: Ingrid Goes West

Gênero: Comédia, Drama

Poster promocional do filme. / Créditos: Divulgação

Incomodada com a vida que levava Ingrid (Aubrey Plaza) é uma jovem problemática, que acaba de sair do hospício e abandona tudo, quando recebe a herança de sua recém-falecida mãe. Ela se muda para Venice Beach, na Califórnia com o objetivo de se tornar a melhor amiga de uma celebridade do Instagram, Taylor Sloane (Elizabeth Olsen), que através de seu perfil aparenta ter uma vida perfeita. Ingrid não poupa esforços para se aproximar da web celebridade, faz loucuras como: mudar o seu cabelo para “o corte do verão” até cometer um sequestro.

Lembro que lendo a Sinopse pela primeira vez, pareceu se tratar apenas de uma comédia que fazia sátira a busca pela vida perfeita (e ilusória) que vemos em diversos perfis das redes sociais.

Aubrey Plaza conseguiu entregar mais uma personagem marcante e complexa, com muita naturalidade, já que a atriz tem um excelente histórico de interpretações. Também é notável a atuação de Elizabeth Olsen que se desvencilhou da imagem da Heroína Feiticeira Escarlate e de irmã mais nova das gêmeas Olsen, com a sua atuação.

Com o enredo bem escrito, facilita expor as camadas de todos os personagens centrais da trama. A cinematografia vende muito bem a ideia do filme, no início a imagem tem traços acinzentados que demonstra a infelicidade que a personagem vive, a partir do momento em que se muda para Califórnia tudo fica mais quente e colorido visualmente. Com uma fotografia que ressalta o luxo, com o estilo boho chic da vida que a personagem Taylor Sloane vive.

Com o passar do tempo vemos que o filme propõe mais do que nos fazer rir como algumas situações que Ingrid passa em busca da felicidade infinita. Com o desenrolar da história nos deparamos com um drama reflexivo sobre o poder que as redes sociais tem sobre nossa vida e como ela está ligada ao nosso emocional. Ingrid é uma personagem solitária com transtornos mentais, que vê o Instagram como um refúgio, entre seguidores, curtidas e comentários em suas fotos. A obra nos leva do riso às lágrimas. A mensagem de que as redes sociais não representam a realidade é entregue com sucesso. Vale a pena conferir.